segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Secundário

A confusão do secundário, quando começa é toda aquela incerteza de se realmente fizemos a escolha certa, a ideal pra nosso futuro, se realmente é a área que nos permitirá seguir o ramo que queremos para o nosso futuro mas não nos podemos esquecer também que tem de ser algo com a qual nos interessamos, nos identificamos e sabemos ter capacidade de ultrapassar os obstáculos, de surpreender com as notas e alcançar um estado de bem- estar.

Neste inicio temos apenas uma idade compreendida entre os 14 e 15 anos, ou seja, estamos numa idade, em que o que realmente queremos é viver a vida sem pensar em estudar, em ter de ir às aulas ou levar com os raspanetes dos pais porque tiramos más notas ou erramos em determinado comportamento, mas é precisamente nesta idade que temos de tomar uma decisão que comprometerá todo o nosso futuro, toda a carreira que poderemos vir a desempenhar no nosso dia a dia. Por vezes erramos, por vezes acertamos!

É no continuar do secundário que aprendemos a crescer mais individualmente, sobre a influência dos amigos, dos professores e de elementos restritos da família com os quais nos identificamos mais.

Eu escolhi, um curso, ao qual apelam de Línguas e Humanidades, achava ser o mais indicado, pois a meu ver era no qual eu me “safaria” mais facilmente, na minha inocência de adolescente achava que iria se canja, algo que sem grande esforço iria conseguir, até porque a mentalidade que se tem em relação a este curso é que é o mais fácil, e a via melhor para fugir á matemática, mas isso é porque não cursam nele, porque não sabem o que é estudar toda a nossa história, que apesar de bela e inspiradora é também muito complicada, ou então não sabem o que é estudar todos os grandíloquos escritores e poetas que marcaram o nosso passado como Luís de Camões, Fenando Pessoa, Eça de Queirós ou mesmo José Saramago, estes que aparentam para um adolescente ser um escritor como todos os outros, mas que na realidade nos apresentam uma visão critica, assertiva, futurista, inovadora e inspiradora sobre o mundo, sobre o nosso país, sobre o que fomos, o que somos e o que seremos.

A realidade é que eu realmente tenho vindo a “safar-me” bem, mas isso porque por detrás de a atenção das aulas, dos trabalhos realizados, existe estudo, dedicação e muitas horas perdidas, que não sendo em vão de maneira alguma, são horas da nossa vida, que poderiam ser aproveitadas de diversas maneiras que não a estudar.

Provavelmente, no início do secundário eu achava mesmo que isto até nem seria assim tão proveitoso para a minha vida, para a construção do meu eu enquanto ser humano que convive com diversos tipos de pessoas e que tem de saber lidar com cada uma delas pra sobreviver. Mas agora que já consigo avistar mais uma meta, o final do secundário, que apesar de ainda se encontrar longe, já se avista, consigo denotar as alterações que eu sofri não só ao nível pessoal, como a maturação e o lidar com os obstáculos, mas, também, ao nível cultural, pois é todo o estudo, todo o aprofundar de conhecimentos/ conceitos/ conteúdos que me fez crescer, evoluir e me apurou o espírito crítico.

Sei, também, que grande parte do que sou, para além de o dever aos meus país, deve-o muito a todos os professores que me instruíram, e me complicaram ou facilitaram a vida, pois foi graças a eles que eu me consegui superar cada vez mais, foi nos que me dificultaram o meu percurso que eu me inspirei para me melhorar e ultrapassar, e foi nos que me facilitaram que eu recarreguei energias para mais uma luta, para mais um esforço, para mais um máximo de mim. Para além dos professores, foram também os amigos que me acompanharam nesta caminhada que é a vida, porque eles são quem exerce maior influência na vida de um adolescente, pois sendo eles bons ou maus amigos aprendemos sempre algo para o futuro.

Agora sei que o que sou deve-se a mim e aos outros, que todos nós somos uma criação sociocultural, com capacidade para se auto-organizar e autodefender na vida enquanto ser humano e enquanto mero objecto do mundo. Todos nós somos capazes de tomar opções que nos poderão condicionar ou não o nosso futuro, e que é do errar e do acertar que se aprende, que se gera e se torna alguém!

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